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Como
se aproxima o fim do ano, o povo da Vila Maravila se reúne para discutir
política, o que é praticamente sinônimo de discutir futebol, a paixão política
da Vila, compartilhada até por Paranísio, embora com uma certa discrição.
Não
há dúvida de que o governo está quase sem prestígio na combativa Vila, cujo
time, o Maravila F.C, não conhece há muito tempo o que é derrota.
Não
se pode dizer o mesmo do Brasil e a culpa, claro, é do governo. Também quem
manda votar em
intelectual. Todo o mundo sabe que intelectual só sabe ler e
só lê tanto porque nunca aprendeu a jogar futebol.
Por
isso, não é de admirar o que perdemos. Perdemos as olimpíadas, a libertadores,
a votação para o melhor jogador do mundo (também o pessoal que vota não conhece
Cocada), a posição no Ranking da Fifa, sem falar em empresas lucrativas
privatizadas por bagatela, e ainda fomos derrotados na saúde inadimplente, no
emprego inadequado, nas vagas para escolas etc.
A
única coisa que salvou o governo foi a vitória de Guga, o que se não melhorou a
popularidade do FHC, pelo menos ajudou a diminuir o índice de rejeição.
Depois
disso, uma deslumbrada e inadvertida ONG estrangeira doou milhares de bolas de
tênis para o Sindicato dos Ambulantes de Vila Maravila que já distribuiu as
bolinhas amarelinhas com os moradores que têm crianças, bolinhas acompanhadas
de suas inseparáveis raquetes.
Só
tem um único porém. Se o objetivo era incentivar o desenvolvimento do tênis
dificilmente será alcançado.
Agora
dá gosto de ver o modo como todas as crianças da Vila Maravila praticam o
tênis. Fazem embaixada com a bolinha de
tênis, rachas diversos com a bolinha amarela, treinam chutes, cabeçadas,
dribles, passes de calcanhar. Só não metem a raquete na bolinha que bola, todo
o mundo sabe, tem de ser tratada com carinho e leveza e com os pés. A raquete
serve para marcar o lugar das traves e outras coisas mais.
Se
continuar assim, Guga poderá no futuro se orgulhar de, através da gugomania, ter
revitalizado o futebol do país.
(Esse texto se encontra no livro “Vila
Maravila: um lugar diferente e cheio de graça”. O livro pode ser adquirido em
contato com o autor ou na Livraria Nobel, Av. Maria Quitéria, 2013, Feira de
Santana – BA. Da mesma maneira você pode encontrar o segundo volume: “Vila
Maravila: gols de esperança no campo da vida”)
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