quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Pedala, Robinho

Veja.abril


Robinho pedala, pedela, pedila, pedola, pedula. Leônidas inventou a bicicleta e colocou ela no ar e de cabeça para baixo. Genial e esquisito esse Leônidas. Robinho somente botou a bicicleta novamente na grama e pedala e pebala, para desespero de zagueiro forçado a aprender urgente sobre bicicross.
            
Pedala o pé dela, Robinho, da inventividade da vida, ou o pé dele, defensor adversário que não lhe bastam mil formas de defender para quem tem dez mil formas de pedalar. Jogar feito jardineiro que transforma a bola em margarida e pedala cada pétala, mal-me-quer, bem-me-quer.
            
Partir elegante na direção da bola, a pedi-la em silêncio, a saudade de pedalar. Pedala e pedila, Robinho, até o oponente hipnotizado abrir as pernas como prostituta dengosa e se submeter desorientado a estupro e estuprador.
            
Pedola e pebola, Robinho, o pé atrás da bola e a bola atrás do pé, pedólar e pé euro, e a alegria e esperança de quem não tem dinheiro pra vê-lo pedalar. Mesmo assim, pedala, pedela, pedila, pedola e pedula, Robinho. Pedoida o jogo, pelota o sonho, profeta o riso e garanta o espaço no coração de cada criança do planeta para o direito de pedalar.
            
Pedula, Robinho, hiperdulia, quase-deus de quase-crentes. O jogo é assim mesmo, perdulário, como a lembrar que a vida poderia ser exuberância. Petula, Robinho, com o seu talento você adquiriu em algum lugar o direito de ser petulante, pelo menos com a pulha nos pés. Pedala, pedela, pedila, pedola, pedula.
            
Pedala o pé dele sem pedir e pedola mole que ele é pé duro. Requebra e resvala, resrelva, respinga um gole de poesia pura no desandar da bola e pedala, pedela, pedila, pedola, pedula até o gol.

Nenhum comentário:

Postar um comentário