jboscocaricaturas |
Como sempre, o pessoal da
Vila Maravila comentou muito a partida entre Brasil e Colômbia e o assunto era
o novo técnico. A turma resolveu, depois
do jogo, abrir uma caderneta de poupança com um pequeno depósito de confiança
para o Leão que, mesmo não sendo nenhum Poeira (o surpreendente treinador do
Maravila F. C.), tem levado o Sport de
Recife a incríveis resultados. Todo mundo reconhecia que afinal, mais uma vez,
um zagueiro usa a cabeça, para a única finalidade conhecida de zagueiro para a
dita, e salva a pele da seleção.
A
moçada só deu desconto para Juninho, o paulista, que driblou,
correu, combateu, lançou,
chutou a gol e que mais não fez porque mais não sabe fazer, já que,
apesar de tudo, ele não é nenhum
Edivânio, o veloz e habilidoso meio
campista do Maravila F. C, professor de
matemática, dentro e fora do campo.
Quanto
a Rivaldo, se não vem rendendo bem na
seleção, a culpa, todo mundo concorda, é da estrutura do futebol, da CBF,
da FIFA, dos companheiros, do treinador,
dessa política neo-liberal de Fernando Henrique Cardoso, da globalização, do pós-modernismo ou de qualquer outra
coisa, porque Cocada, o artilheiro do Maravila F. C. e amigo de infância do referido Rivaldo, disparado o melhor jogador do mundo, confirma que o mesmo é craque.
Diante
disso, o pessoal abandona qualquer
maldade e fica comentando tudo que Rivaldo quase fez. O passe de calcanhar que quase chegou no
companheiro, o chute de longa distância
que quase acertou, o lançamento quase
perfeito e o chute de bicicleta que quase foi gol.
Tentando
descobrir a contribuição do treinador, o
pessoal chegou à conclusão de que a arma secreta do Leão foi (como não podia
deixar de ser) o goleiro que ele posicionou de atacante e de líbero ao mesmo
tempo e deu liberdade para sair driblando e para repetir a jogada secreta
exaustivamente ensaiada: o beque atrasa
toda hora para o goleiro que toda hora dá um chutão para frente, procurando surpreender a defesa adversária.
Aliás, o locutor disse que o gol do Brasil saiu de uma
jogada ensaiada: Juninho cobrou o escanteio no primeiro pau e Roque Júnior
cabeceou direito para o gol. Bem, parece que somente o Poeira continua
ensaiando jogadas como antigamente:
domingo passado o Maravila venceu o Ipiranga com uma artística jogada
ensaiada, onde não faltou o corta-luz
nem o surpreendente passe de calcanhar para o chute rasteiro de Júlio no canto
da meta do desesperado goleiro adversário. Se ensaiar seriamente dá certo na Vila, pode ser que dê certo também na seleção
e, quem sabe, até mesmo no Planalto que, a bem da verdade, precisa mesmo é de um novo treinador.
(Esse texto se encontra no livro “Vila
Maravila: um lugar diferente e cheio de graça”. O livro pode ser adquirido em
contato com o autor ou na Livraria Nobel, Av. Getúlio Vargas, 2410, Feira de
Santana – BA. Da mesma maneira você pode encontrar o segundo volume: “Vila
Maravila: gols de esperança no campo da vida”)
Nenhum comentário:
Postar um comentário