quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O Brasil de técnico novo


jboscocaricaturas

Como sempre, o pessoal da Vila Maravila comentou muito a partida entre Brasil e Colômbia e o assunto era o novo técnico.  A turma resolveu, depois do jogo, abrir uma caderneta de poupança com um pequeno depósito de confiança para o Leão que, mesmo não sendo nenhum Poeira (o surpreendente treinador do Maravila F. C.),  tem levado o Sport de Recife a incríveis resultados. Todo mundo reconhecia que afinal, mais uma vez, um zagueiro usa a cabeça, para a única finalidade conhecida de zagueiro para a dita,  e salva a pele da seleção.

A moçada só deu desconto para Juninho, o paulista,  que driblou,  correu,  combateu,  lançou,  chutou a gol e que mais não fez porque mais não sabe fazer,  já que,  apesar de tudo,  ele não é nenhum Edivânio,  o veloz e habilidoso meio campista do Maravila F. C,  professor de matemática,  dentro e fora do campo. 

Quanto a Rivaldo,  se não vem rendendo bem na seleção,  a culpa,  todo mundo concorda,  é da estrutura do futebol,  da CBF,  da FIFA,  dos companheiros,  do treinador,  dessa política neo-liberal de Fernando Henrique Cardoso,  da globalização,  do pós-modernismo ou de qualquer outra coisa,  porque Cocada,  o artilheiro do Maravila F. C.  e amigo de infância do referido Rivaldo,  disparado o melhor jogador do mundo,  confirma que o mesmo é craque. 

Diante disso,  o pessoal abandona qualquer maldade e fica comentando tudo que Rivaldo quase fez.  O passe de calcanhar que quase chegou no companheiro,  o chute de longa distância que quase acertou,  o lançamento quase perfeito e o chute de bicicleta que quase foi gol.

Tentando descobrir a contribuição do treinador,  o pessoal chegou à conclusão de que a arma secreta do Leão foi (como não podia deixar de ser) o goleiro que ele posicionou de atacante e de líbero ao mesmo tempo e deu liberdade para sair driblando e para repetir a jogada secreta exaustivamente ensaiada:  o beque atrasa toda hora para o goleiro que toda hora dá um chutão para frente,  procurando surpreender a defesa adversária.

Aliás, o locutor disse que o gol do Brasil saiu de uma jogada ensaiada: Juninho cobrou o escanteio no primeiro pau e Roque Júnior cabeceou direito para o gol. Bem, parece que somente o Poeira continua ensaiando jogadas como antigamente:  domingo passado o Maravila venceu o Ipiranga com uma artística jogada ensaiada,  onde não faltou o corta-luz nem o surpreendente passe de calcanhar para o chute rasteiro de Júlio no canto da meta do desesperado goleiro adversário.  Se ensaiar seriamente dá certo na Vila,  pode ser que dê certo também na seleção e,  quem sabe,  até mesmo no Planalto que,  a bem da verdade,  precisa mesmo é de um novo treinador.

(Esse texto se encontra no livro “Vila Maravila: um lugar diferente e cheio de graça”. O livro pode ser adquirido em contato com o autor ou na Livraria Nobel, Av. Getúlio Vargas, 2410, Feira de Santana – BA. Da mesma maneira você pode encontrar o segundo volume: “Vila Maravila: gols de esperança no campo da vida”)

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