terça-feira, 1 de outubro de 2013

O corpo do texto

enfrentandoaminhasolidão

Meu texto encontrou seu corpo e se lançaram nas volúpias da linguagem. Meu texto tem períodos e seu corpo tem pêndulos que marcam ritmos para a oscilação das palavras.

A textura do seu corpo tem saberes e a tessitura do meu texto tem sabores. Seu corpo é o texto que ainda não escrevi e meu texto é o corpo dos seus desejos. Seus dedos acariciam meu texto e deslizo as palavras por seu corpo.

Escrevi meu texto em sua língua e minha língua traduziu o seu corpo. Seu corpo carrega frases à flor da pele e esconde palavras viscerais. A exegese e a hermenêutica do seu corpo é esforço e frustração de minha língua.

Todo texto é síntese de corpos, todo corpo é intertextual; as linhas do meu texto se lançam sobre as entrelinhas de seu corpo. Todo corpo é síntese de textos, todo texto é inter-corporal.

Quando me lanço no seu corpo me perco no meu texto e, não sabendo concluir meu texto, nem querendo dispensar seu corpo, faço a opção pelo beijo, texto distendido em duas línguas.

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