quinta-feira, 29 de julho de 2010

PROTESTANTISMO E VIDA

A linha de pesquisa do CEPESC, “Protestantismo e vida” é resultado de uma série de reuniões organizadas em 2008, sob o título “Defesa da Vida”. Pesquisadores e pesquisadoras interdisciplinares e líderes religiosos de diversas denominações discutiram temas considerados de fronteira, clonagem, células tronco, aborto, eutanásia, admitindo que não existe uma ampla discussão protestante, partindo de posições não dogmáticas, que instrumentalize atitudes claras diante da vida em sua complexidade.

O protestantismo, e o protestantismo brasileiro especificamente, faz parte desse grande eco-sistema chamado vida, se consideramos o todo de relações, tecido como um complexo de significações, em que a cultura se constitui como parte relevante. A partir disso, precisamos entender o que significa ser protestante dentro da vida e diante da vida e entender a vida como um complexo vida-morte, onde cada pólo se estabelece como limite e condição.

Para o pensador Edgar Morin:

“A vida é sempre incerta. A morte incerta é sempre certa. Morrer é fatal, necessário, inelutável. A morte está escrita na própria natureza da vida” (MORIN, Edgar. O método 2: a vida da vida. Porto Alegre: Sulina, 2001, p.438).

Não se pode pensar vida sem pensar morte. A morte é estratégia e necessidade da própria vida. Uma e outra andam juntas, meio inimigas meio amantes, coladas fortemente, devorando-se apaixonadamente para permanecerem em sua fortaleza e fragilidade paradoxais.

Um pensamento protestante se estabelece como pensar cristão não dogmático. Tendo sua referência nos textos sagrados e se inscrevendo na tradição teológica que lhe antecede, afirma, entretanto, a única autoridade absoluta do Deus da vida e da morte, desafiando-se a pensar teológica e complexamente.

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