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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

DIÁRIO DE UMA ELEIÇÃO ESTRANHA 11

novaescola

EDUCAÇÃO INFANTIL

Marcos Monteiro

Ítalo tinha quatro anos quando não se coube em si. E não teve ninguém seduzindo, nem igreja, nem amigas, amigos, escola ou igreja lhe compreendendo. Quem consegue? Pai e mãe se desesperavam e Ítalo queria se matar. O pai desistiu e saiu de casa, mas a mãe foi acompanhando até aceitar, ajudar e admitir que Ítalo se cabia melhor como Talia e tem dezoito anos agora, livre, leve e linda.

Educação sexual é luta de educador há muitos anos, contra uma sociedade que não se entende. Bernadete apanhou o que pode e o que não pode até se tornar Belisário e se sentir mais humano. E não teve escola, nem igreja, foi luta solitária, por cuja causa leva cicatrizes no corpo e na alma. Não se ensina ninguém a ser gay, lésbica, travesti ou trans, o que se pode ensinar é a respeitar e a se amar as pessoas e as crianças em seu longo processo de descoberta de corpo e de identidade sexual.

Sou amigo de muitas LGBTT e já ouvi histórias o suficiente de tentativas de exorcismo, tentativas de cura e tentativas de suicídio, mas também testemunhos de libertação pela autorização do amor exótico. Esse grupo grande de Humanos Exóticos tem sido o alvo principal de caçadores e o Brasil é o país que mais mata homossexuais. Eles estão com muito medo. A educação é o projeto de ensinar crianças a amar, não a atirar. Pelas mães de crianças exóticas, sem medo e sem ódio, eu voto em Hadad, voto 13.

Recife, 25 de outubro de 2018

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